O trabalho é uma ação determinada e deliberada de transformação
da natureza, utilizando instrumentos, com a finalidade de suprir
necessidade humana.
A humanidade vai aperfeiçoando suas ações e criando novos
instrumentos que aumentarão sua capacidade de ação.
AS ORIGENS DA PSICOLOGIA DAS ORGANIZAÇÕES DE TRABALHO
No Sistema Capitalista o trabalho é considerado mercadoria. O
trabalhador vende sua força de trabalho a um proprietário de bens
de produção.
Capitalismo - Proprietários (detentores dos meios de
Produção)
-Trabalhadores
( os que vedem sua força de trabalho)
A idéia inicial do Capitalismo é uma reorganização social que
promete a inclusão dos desfavorecidos, onde as palavras de ordem que
gerou o capitalismo eram Liberdade, Igualdade e Fraternidade.
Contraste – Promessa de Igualdade
-
Manutenção da Diferença
A maneira de ocultar essa contradição era o preço justo pela venda
do trabalho.
O objetivo do Capitalismo era produzir Lucro
O Lucro é a extração da Mais – Valia
A Mais – Valia é a diferença entre o valor pago ao trabalhador e
o valor da Mercadoria que contribui para intensificação do
trabalho.
Com as linhas de Produção idealizadas por Henry Ford o processo de
Mais – Valia se torna mais complexo, pois com o objetivo de
aumentar a produção automobilística inventou a produção em
série, que foi o modelo fordista de produção. Que exigia dos
trabalhadores treinamento especifico e movimentos repetitivos. Em
meio a esse novo modelo de produção Frederck Winslw Taylor que
criou e organizou os princípios da administração moderna
- Principio do planejamento
- Principio da preparação dos trabalhadores
- Princípio do controle
- Principio da execução.
Essa teoria levava em consideração os objetivos produtivos, e o ser
humano era conhecido como peça da engrenagem industrial que ficou
conhecido como modelo Taylor – fordista.
Já a partir da década de 1930, com G. E. Mayo e as suas teorias das
relações humanas é que a visão do trabalho e dos trabalhadores
passou a ser humanizada. O trabalhador passava a ser visto como
um recurso humano e não mais como engrenagem produtiva.
O AVANÇO ORGANIZACIONAL E AS RELAÇÕES DE TRABALHO NO PÓS-GUERRA
A fase madura do
capitalismo foi chamada de capitalismo tardio. Neste período ocorreu
o fim das colônias, a transferência do centro do capitalismo da
Inglaterra para os EUA, a industrialização como foco central e a
centralização do capital nos Países de 1º Mundo.
Com a entrada do
capitalismo veio a maior sofisticação da produção, a partir do
adventod de linha de produção e a sua crescente mecanização,
exigiu maior qualificação dos trabalhadores. Esse fenômeno
produziu uma demanda de estabilização do emprego e exigiu a
participação dos psicólogos organizacionais no processso. A
diminuição da rotatividade no trabalho tornou-se ponto estratégico
para as empresas afim de diminuir o custo c/ treinamentos de
operários e este fator contribuiu para o aparecimento da
especialidade Psicologia Organizacional que é conhecida como
treinamento , desenvolvimento e educação.
O atraso do nosso
país, a estrutura agrária oligarquica, a manutenção da política
escravista e pouco investimentos na educação não nos ajudou a
formar uma classe operária preparada para o emprego na nascente
indústria. A solução alternativa para o despreparo do nosso
trabalhador foi na sua formação profissional no próprio ambinete
de trabalho. Por tanto foi criado o SENAI em 1942 por Getulio Vargas.
Mantido atravéss de verba governamental e apoio da indústria, esse
sistema de formação profissional substituiu a educação formal,
já q os trabalhadores abandonavam a escola p/ garantir sua vaga de
emprego.
No Brasil, um país
pobre e com capacidade limitada de investimento social, a falta de
educação pública e universal de qualidade exigiu das próprias
empresas a intervenção no setor educativo, visando a formação de
trabalhadores. E a partir de 1940 foi criado o “ sistema -S”
Senai, Senac, Sesc e Sesi voltado para qualificação de
trabalhadores e sua adequação às necessidades da indústria
nacional .
O TRABALHO E A MUDANÇA DO PROCESSO PRODUTIVO
O desenvolvimento tecnológico atingiu um novo patamar na década de
1970, chegou à linha de produção.
A crise do capitalismo no início da década de 1980, em parte
produzida pela crise do petróleo, exige mudanças na administração
das grandes empresas. Para vencer a crise e ao mesmo tempo aproveitar
o desenvolvimento trazido pela informatização foi à restauração
do sistema de produção em série para a linha de produção
conhecida como justi-in-case. A produção é reestruturada por meios
de equipamentos informatizados o controle se realiza durante o
processo e não no final.
O sistema anterior precisava de um trabalhador especializado em
determinada tarefa que aprendia a trabalhar no próprio equipamento.
Agora as empresas precisam de trabalhadores que tenha flexibilidade,
conhecimentos mais genéricos capacitado a enfrentar a mobilidade da
produção.
A primeira empresa do novo sistema de produção foi a Toyota e o
novo sistema produtivo ganhou o nome de Toyotismo. O Toyotismo se
tornou possível pelos equipamentos informatizados, trabalhadores
mais qualificados que utilizava mais a capacidade criativa.
Com essa nova logística exige redefinição do próprio contrato de
trabalho. As empresas otimizaram a produção e foi sendo
terceirizada, ou seja, passaram a destinar a outras empresas aquilo
que não fosse essencial para o foco da produção.
O CONTROLE DA SUBJETIVIDADE NAS RELAÇÕES DE TRABALHO EO
ADOECIMENTO DO TRABALHADOR
Com a mudança do modelo de produção Taylorista-Fordista para o
Toyotismo alterou-se a forma de controle. Esse controle passa a ser
de forma subjetiva, onde o trabalhador começa a se preocupar com o
processo. Isso faz com que o controle seja exercido pelo próprio
trabalhador e seus colegas, gerando consequências para os que se
sentem mais exigidos. Dessa situação surgem novos desgates como a
Síndrome de Burnout (esgotamento nervoso ocasionando também pelo
assédio moral, uma forma de pressão exercida por cargos mais altos
de uma hierarquia) , a Ler ( lesão por esforço repetitivo) e a Dort
(distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho).
Atualmente há grande preocupação ao poder público em proteção aos trabalhadores na prevenção de doenças ocupacionais.
Atualmente há grande preocupação ao poder público em proteção aos trabalhadores na prevenção de doenças ocupacionais.
NOVAS EXIGÊNCIAS PARA A ADMINISTRAÇÃO DE PESSOAS NAS
ORGANIZAÇÕES
Uma equipe de administração do Pessoal é um fator importante no
sistema produtivo. Psicólogos, educadores, administradores,
sociólogos, engenheiros e demais profissionais são os que buscam
soluções para enfrentar os novos tempos nas Organizações.
As mudanças do sistema produtivo não são tão fáceis e rápidos.
Em países onde o sistema Toyotismo se iniciou esta em um estágio
mais avançado que em países onde o sistema avançou mais lentamente
e que a industria de tecnologia de ponta e que seus produtos são
menos complexos, adotou mais tarde os novos modelos.
No final do Século XX, iniciou a Reestruturação Produtiva, onde as
Industrias estavam se adaptando ao maquinário, que iniciou na
Industria Automobilística e avançando para as Industrias de menor
porte, mas ainda assim muitas empresas adotam o modelo mais antigo.
O modelo de Gestão atual esta cada vez mais baseado na gestão do
conhecimento, que o profissional tenha habilidades e competências
de caráter geral, o setor de Recursos Humanos não procura a pessoa
certa para um lugar certo, e sim um trabalhador que tenha
Flexibilidade para efetuar múltiplas funções alem de sua definida.
O Papel que antes era realizado pelo psicólogo aplicador de testes,
para identificar o perfil do funcionário, virou função do gestor
de pessoas, que se preocupa em analisar a formação do trabalhador.
A seleção de pessoas hoje é terceirizada; o psicólogo, na empresa
passa a se preocupar com os processos organizacionais e com o
desempenho do trabalhador, focando os problemas inerentes a essa
situação, o psicólogo do trabalho hoje, lida com a prevenção e
promoção da saúde do trabalhador no ambiente em que está
inserido.
ECONOMIA SOLIDÁRIA E O COOPERATIVISMO
Com as mudanças ocorridas no ambiente de trabalho, decorrente da
revolução industrial e tecnológica, o trabalhador que antes
dominava todo o processo produtivo na fabricação de certo artefato
passa a se tornar uma peça, parte da engrenagem do processo
produtivo atual. Ao perder o controle da produção, o trabalhador se
aliena. Isso quer dizer que ele agora trabalha pelo salário recebido
e não mais pelo objetivo do que é produzido.
A reestruturação produtiva e os novos modelos de produção geram
desemprego. Um serviço que antes eram necessários vários
trabalhadores passasse a precisar apenas de um especializado para
operar a máquina, o que leva a perda do emprego em elevadas
quantidades. Esses trabalhadores demitidos encontram dificuldades
para a recolocação no mercado de trabalho, devido à falta de
escolaridade exigida, a competência esperada, suas habilidades são
muito especificas e por fim não há emprego suficiente em função
da automação.
A economia solidária vem com a proposta de modificar este cenário,
trazendo a proposta de formar uma rede de produção e consumo fora
do sistema capitalista de produção e para que isso possa ocorrer é
necessário primeiramente, privilegiar as redes comunitárias, os
pequenos grupos e garantir o suprimento de suas necessidades matérias
e não matérias, sistemas onde o dinheiro não se torne a principal
base de troca, criar meios de produção e distribuição inclusivos.
Desta maneira restabelece o valor de uso e troca de produtos e para
que isto ocorra é necessário que se reorganize a produção e se
garanta confiabilidade ao sistema e um local, uma feira de troca,
para que a comunidade possa interagir. Os defensores da economia
solidária buscam formas alternativas que permitem essa mudança,
como a cooperativa que é uma forma de autoemprego e pode organizar
trabalhadores desempregados e outros em situações precárias.
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