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terça-feira, 8 de maio de 2012

TRABALHO



O trabalho é uma ação determinada e deliberada de transformação da natureza, utilizando instrumentos, com a finalidade de suprir necessidade humana.
A humanidade vai aperfeiçoando suas ações e criando novos instrumentos que aumentarão sua capacidade de ação.

AS ORIGENS DA PSICOLOGIA DAS ORGANIZAÇÕES DE TRABALHO
No Sistema Capitalista o trabalho é considerado mercadoria. O trabalhador vende sua força de trabalho a um proprietário de bens de produção.
Capitalismo  - Proprietários (detentores dos meios de Produção)
                      -Trabalhadores ( os que vedem sua força de trabalho)
A idéia inicial do Capitalismo é uma reorganização social que promete a inclusão dos desfavorecidos, onde as palavras de ordem que gerou o capitalismo eram Liberdade, Igualdade e Fraternidade.

Contraste – Promessa de Igualdade
                   - Manutenção da Diferença
A maneira de ocultar essa contradição era o preço justo pela venda do trabalho.
O objetivo do Capitalismo era produzir Lucro
O Lucro é a extração da Mais – Valia
A Mais – Valia é a diferença entre o valor pago ao trabalhador e o valor da Mercadoria que contribui para intensificação do trabalho.
Com as linhas de Produção idealizadas por Henry Ford o processo de Mais – Valia se torna mais complexo, pois com o objetivo de aumentar a produção automobilística inventou a produção em série, que foi o modelo fordista de produção. Que exigia dos trabalhadores treinamento especifico e movimentos repetitivos. Em meio a esse novo modelo de produção Frederck Winslw Taylor que criou e organizou os princípios da administração moderna
  • Principio do planejamento
  • Principio da preparação dos trabalhadores
  • Princípio do controle
  • Principio da execução.
Essa teoria levava em consideração os objetivos produtivos, e o ser humano era conhecido como peça da engrenagem industrial que ficou conhecido como modelo Taylor – fordista.
Já a partir da década de 1930, com G. E. Mayo e as suas teorias das relações humanas é que a visão do trabalho e dos trabalhadores passou a ser humanizada.  O trabalhador passava a ser visto como um recurso humano e não mais como engrenagem produtiva.

O AVANÇO ORGANIZACIONAL E AS RELAÇÕES DE TRABALHO NO PÓS-GUERRA

A fase madura do capitalismo foi chamada de capitalismo tardio. Neste período ocorreu o fim das colônias, a transferência do centro do capitalismo da Inglaterra para os EUA, a industrialização como foco central e a centralização do capital nos Países de 1º Mundo.
Com a entrada do capitalismo veio a maior sofisticação da produção, a partir do adventod de linha de produção e a sua crescente mecanização, exigiu maior qualificação dos trabalhadores. Esse fenômeno produziu uma demanda de estabilização do emprego e exigiu a participação dos psicólogos organizacionais no processso. A diminuição da rotatividade no trabalho tornou-se ponto estratégico para as empresas afim de diminuir o custo c/ treinamentos de operários e este fator contribuiu para o aparecimento da especialidade Psicologia Organizacional que é conhecida como treinamento , desenvolvimento e educação.
O atraso do nosso país, a estrutura agrária oligarquica, a manutenção da política escravista e pouco investimentos na educação não nos ajudou a formar uma classe operária preparada para o emprego na nascente indústria. A solução alternativa para o despreparo do nosso trabalhador foi na sua formação profissional no próprio ambinete de trabalho. Por tanto foi criado o SENAI em 1942 por Getulio Vargas. Mantido atravéss de verba governamental e apoio da indústria, esse sistema de formação profissional substituiu a educação formal, já q os trabalhadores abandonavam a escola p/ garantir sua vaga de emprego.
No Brasil, um país pobre e com capacidade limitada de investimento social, a falta de educação pública e universal de qualidade exigiu das próprias empresas a intervenção no setor educativo, visando a formação de trabalhadores. E a partir de 1940 foi criado o “ sistema -S” Senai, Senac, Sesc e Sesi voltado para qualificação de trabalhadores e sua adequação às necessidades da indústria nacional .
O TRABALHO E A MUDANÇA DO PROCESSO PRODUTIVO
O desenvolvimento tecnológico atingiu um novo patamar na década de 1970, chegou à linha de produção.
A crise do capitalismo no início da década de 1980, em parte produzida pela crise do petróleo, exige mudanças na administração das grandes empresas. Para vencer a crise e ao mesmo tempo aproveitar o desenvolvimento trazido pela informatização foi à restauração do sistema de produção em série para a linha de produção conhecida como justi-in-case. A produção é reestruturada por meios de equipamentos informatizados o controle se realiza durante o processo e não no final.
O sistema anterior precisava de um trabalhador especializado em determinada tarefa que aprendia a trabalhar no próprio equipamento. Agora as empresas precisam de trabalhadores que tenha flexibilidade, conhecimentos mais genéricos capacitado a enfrentar a mobilidade da produção.
A primeira empresa do novo sistema de produção foi a Toyota e o novo sistema produtivo ganhou o nome de Toyotismo. O Toyotismo se tornou possível pelos equipamentos informatizados, trabalhadores mais qualificados que utilizava mais a capacidade criativa.
Com essa nova logística exige redefinição do próprio contrato de trabalho. As empresas otimizaram a produção e foi sendo terceirizada, ou seja, passaram a destinar a outras empresas aquilo que não fosse essencial para o foco da produção.

O CONTROLE DA SUBJETIVIDADE NAS RELAÇÕES DE TRABALHO EO ADOECIMENTO DO TRABALHADOR
Com a mudança do modelo de produção Taylorista-Fordista para o Toyotismo alterou-se a forma de controle. Esse controle passa a ser de forma subjetiva, onde o trabalhador começa a se preocupar com o processo. Isso faz com que o controle seja exercido pelo próprio trabalhador e seus colegas, gerando consequências para os que se sentem mais exigidos. Dessa situação surgem novos desgates como a Síndrome de Burnout (esgotamento nervoso ocasionando também pelo assédio moral, uma forma de pressão exercida por cargos mais altos de uma hierarquia) , a Ler ( lesão por esforço repetitivo) e a Dort (distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho).
Atualmente há grande preocupação ao poder público em proteção aos trabalhadores na prevenção de doenças ocupacionais.

NOVAS EXIGÊNCIAS PARA A ADMINISTRAÇÃO DE PESSOAS NAS ORGANIZAÇÕES

Uma equipe de administração do Pessoal é um fator importante no sistema produtivo. Psicólogos, educadores, administradores, sociólogos, engenheiros e demais profissionais são os que buscam soluções para enfrentar os novos tempos nas Organizações.
As mudanças do sistema produtivo não são tão fáceis e rápidos. Em países onde o sistema Toyotismo se iniciou esta em um estágio mais avançado que em países onde o sistema avançou mais lentamente e que a industria de tecnologia de ponta e que seus produtos são menos complexos, adotou mais tarde os novos modelos.
No final do Século XX, iniciou a Reestruturação Produtiva, onde as Industrias estavam se adaptando ao maquinário, que iniciou na Industria Automobilística e avançando para as Industrias de menor porte, mas ainda assim muitas empresas adotam o modelo mais antigo.
O modelo de Gestão atual esta cada vez mais baseado na gestão do conhecimento, que o profissional tenha habilidades e competências de caráter geral, o setor de Recursos Humanos não procura a pessoa certa para um lugar certo, e sim um trabalhador que tenha Flexibilidade para efetuar múltiplas funções alem de sua definida.
O Papel que antes era realizado pelo psicólogo aplicador de testes, para identificar o perfil do funcionário, virou função do gestor de pessoas, que se preocupa em analisar a formação do trabalhador. A seleção de pessoas hoje é terceirizada; o psicólogo, na empresa passa a se preocupar com os processos organizacionais e com o desempenho do trabalhador, focando os problemas inerentes a essa situação, o psicólogo do trabalho hoje, lida com a prevenção e promoção da saúde do trabalhador no ambiente em que está inserido.

ECONOMIA SOLIDÁRIA E O COOPERATIVISMO
Com as mudanças ocorridas no ambiente de trabalho, decorrente da revolução industrial e tecnológica, o trabalhador que antes dominava todo o processo produtivo na fabricação de certo artefato passa a se tornar uma peça, parte da engrenagem do processo produtivo atual. Ao perder o controle da produção, o trabalhador se aliena. Isso quer dizer que ele agora trabalha pelo salário recebido e não mais pelo objetivo do que é produzido.
A reestruturação produtiva e os novos modelos de produção geram desemprego. Um serviço que antes eram necessários vários trabalhadores passasse a precisar apenas de um especializado para operar a máquina, o que leva a perda do emprego em elevadas quantidades. Esses trabalhadores demitidos encontram dificuldades para a recolocação no mercado de trabalho, devido à falta de escolaridade exigida, a competência esperada, suas habilidades são muito especificas e por fim não há emprego suficiente em função da automação.
A economia solidária vem com a proposta de modificar este cenário, trazendo a proposta de formar uma rede de produção e consumo fora do sistema capitalista de produção e para que isso possa ocorrer é necessário primeiramente, privilegiar as redes comunitárias, os pequenos grupos e garantir o suprimento de suas necessidades matérias e não matérias, sistemas onde o dinheiro não se torne a principal base de troca, criar meios de produção e distribuição inclusivos. Desta maneira restabelece o valor de uso e troca de produtos e para que isto ocorra é necessário que se reorganize a produção e se garanta confiabilidade ao sistema e um local, uma feira de troca, para que a comunidade possa interagir. Os defensores da economia solidária buscam formas alternativas que permitem essa mudança, como a cooperativa que é uma forma de autoemprego e pode organizar trabalhadores desempregados e outros em situações precárias.